Quando você levanta o capô da IA, nem sempre encontra o que foi prometido.

Na superfície, tudo parece encantador. Um simpático bichinho de pelúcia, flutuando tranquilamente em uma boia de pato sob um céu de arco-íris. Mas basta olhar abaixo da linha d’água para ver a verdadeira criatura se escondendo — tentáculos, ossos e um abismo de complexidade.

Foi exatamente essa imagem que criamos para ilustrar uma realidade cada vez mais comum no mercado de IA generativa: por trás do marketing colorido e das promessas fáceis, muitas startups escondem uma estrutura bem menos tecnológica do que aparentam.

O caso mais recente é o da Builder.ai, startup sediada em Londres e avaliada em US$ 1,5 bilhão, que prometia “criar apps com IA como se fosse pedir pizza”. O problema? A IA era, na prática, uma tela de captura de briefing. Quem realmente escrevia o código eram 700 engenheiros na Índia.

Sim, 700.

A startup captou mais de US$ 450 milhões com apoio de gigantes como Microsoft e SoftBank. Mas uma investigação interna revelou que os números estavam inflados, a tecnologia era quase inexistente, e até dívidas milionárias com Amazon e Microsoft foram deixadas para trás. Hoje, a empresa está à beira da falência — e sendo investigada por fraude nos EUA.

Este episódio é mais um exemplo do fenômeno conhecido como “AI washing” — quando empresas vendem soluções como se fossem baseadas em IA, mas que, na prática, operam com processos tradicionais ou humanos disfarçados de tecnologia.

Separando o hype da realidade

Desde meados de 2023, na Flexa, temos investido fortemente em preparar o mercado para compreender o que é, de fato, Inteligência Artificial Generativa. Nossa missão é simples: garantir que líderes e organizações tenham um espaço seguro e livre de hype para aprender, testar, questionar e construir com IA — sem o glamour enganoso que virou moda.

Acreditamos que a confiança em tecnologia não nasce da narrativa, mas da clareza de propósito, transparência técnica e impacto mensurável no negócio.

Como separar o joio do trigo?

Aqui vão três pontos para quem quer fugir das armadilhas:

  1. Desconfie de soluções que prometem magia sem explicar o motor. Se a IA “faz tudo sozinha”, pergunte como. E peça para ver funcionando.
  2. Pergunte pela equipe técnica e pelo stack real. Modelos próprios? Fine-tuning? Infraestrutura? Sem isso, é só PowerPoint.
  3. Avalie impacto real, não só marketing. O que a IA está resolvendo de fato? Há ganho de produtividade, receita ou experiência?

A IA generativa é uma das maiores inovações do século. Mas, como qualquer revolução, vem acompanhada de oportunistas e exageros.

Nossa recomendação: olhe abaixo da linha d’água.

🧭 Quer conversar sobre como usar IA com responsabilidade, impacto e segurança? Estamos abertos. A Flexa Cloud está aqui para liderar com transparência — e ajudar você a não ser enganado por mais uma boia de pato.

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