158 Anos de História Destruídos em Semanas: O Caso que Todo CEO Precisa Conhecer

Uma senha fraca. Uma empresa centenária. 700 famílias sem emprego. Essa história real mostra por que cibersegurança deixou de ser “coisa de TI” para se tornar questão de sobrevivência empresarial.

A Knights of Old (KNP), uma tradicional transportadora britânica fundada em 1865, sobreviveu a duas guerras mundiais, à Grande Depressão e a mais de um século de transformações econômicas. Operava 500 caminhões, empregava 700 pessoas e era uma referência no setor logístico do Reino Unido.

Em 2023, tudo isso acabou — não por uma crise de mercado, não por má gestão financeira, não por um concorrente mais forte. A empresa faliu porque um funcionário usava uma senha fraca.

O Ataque: Simplicidade Devastadora

O grupo criminoso Akira não precisou de ferramentas sofisticadas, exploits de zero-day ou engenharia social elaborada. Eles simplesmente adivinharam a senha de um funcionário cujo acesso não estava protegido por autenticação multifator (MFA).

Uma vez dentro da rede, os hackers agiram com precisão cirúrgica: criptografaram todos os dados operacionais da empresa — rotas, contratos, informações de clientes — e, de forma ainda mais cruel, destruíram todos os backups e sistemas de recuperação de desastres.

A mensagem deixada pelo grupo foi direta: “Se você está lendo isto, significa que a infraestrutura interna da sua empresa está total ou parcialmente morta.”

O resgate exigido: £5 milhões (aproximadamente R$ 35 milhões). Um valor que a KNP simplesmente não tinha.

O Colapso

Sem acesso aos sistemas, os caminhões pararam. Sem dados de rotas e contratos, as operações cessaram. Em questão de semanas, a empresa declarou insolvência. O diretor Paul Abbott, em entrevista à BBC, revelou que nunca contou ao funcionário responsável que sua senha havia sido a porta de entrada para o ataque. “Como você diz a alguém que uma escolha individual contribuiu para a falência de uma empresa de 158 anos?”

A KNP tinha compliance padrão de indústria. Tinha seguro contra ciberataques. Nada disso foi suficiente.

O Alerta para o Brasil

Se você acha que isso é um problema distante, os números brasileiros são ainda mais preocupantes:

  • 29% das empresas brasileiras sofreram ao menos um ataque de ransomware em 2025
  • 73% não possuem seguro contra riscos cibernéticos
  • A senha mais comum no Brasil continua sendo “123456” — quebrável em menos de 1 segundo
  • Segundo a Kaspersky, 45% das senhas podem ser adivinhadas por hackers em menos de um minuto
  • O valor médio de resgate em ataques no Reino Unido gira em torno de £4 milhões (R$ 25,6 milhões)

Dados do governo britânico mostram que empresas enfrentaram cerca de 19.000 ataques de ransomware apenas em 2024. Um terço das vítimas opta por pagar — o que apenas alimenta o ciclo criminoso.

As Lições que Custaram 700 Empregos

O caso da KNP não é sobre tecnologia complexa. É sobre o básico negligenciado:

1. Senhas Fortes Não São Opcionais Uma senha robusta precisa ter pelo menos 12 caracteres, combinando letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos. Ferramentas de gerenciamento de senhas devem ser padrão corporativo, não exceção.

2. MFA é Inegociável Se a KNP tivesse autenticação multifator habilitada naquela conta, o ataque provavelmente não teria acontecido. É uma camada de proteção simples que pode significar a diferença entre continuar operando e fechar as portas.

3. Backup Não é Só Ter — É Proteger Os hackers não apenas criptografaram os dados; eles destruíram os backups. Estratégias de backup precisam incluir cópias offline, geograficamente distribuídas e testadas regularmente. Se o ransomware pode alcançar seu backup, ele não é um backup — é apenas mais um alvo.

4. Compliance Não Garante Segurança A KNP seguia os padrões da indústria. Tinha seguro. E mesmo assim faliu. Conformidade regulatória é o mínimo, não a proteção completa. Segurança cibernética precisa ser tratada como gestão de risco contínua, não como checkbox em auditoria.

5. O Fator Humano é o Elo Mais Fraco Treinamento contínuo de colaboradores não é custo — é investimento em sobrevivência. Cada pessoa com acesso a um sistema é uma potencial porta de entrada para atacantes.

Cibersegurança é Questão de Sobrevivência

Paul Abbott agora dedica seu tempo a alertar outras empresas. Ele defende a criação de normas obrigatórias de proteção digital — uma espécie de “vistoria cibernética” que comprove que empresas estão realmente seguras.

Segundo James Babbage, diretor geral de ameaças da Agência Nacional de Combate ao Crime do Reino Unido, o ransomware é hoje a ameaça cibernética mais significativa do mundo. E cada empresa que paga resgate alimenta esse ecossistema criminoso.

A realidade é incontornável: no século XXI, cibersegurança não é um custo de TI — é um investimento na própria existência do negócio.


Como a Flexa Pode Ajudar

Na Flexa, entendemos que segurança em cloud vai muito além de configurar firewalls. Com mais de 15 anos de experiência como AWS Advanced Partner, ajudamos empresas a construir arquiteturas resilientes que protegem contra as ameaças modernas:

  • Avaliação de Postura de Segurança: Identificamos vulnerabilidades antes que atacantes as encontrem
  • Implementação de Zero Trust: Cada acesso é verificado, cada movimento é monitorado
  • Estratégias de Backup Imutável: Backups que nem mesmo ransomware consegue destruir
  • Automação de Resposta a Incidentes: Detecção e contenção em tempo real
  • Treinamento e Conscientização: Transformamos seu time no primeira linha de defesa, não no elo mais fraco

A história da Knights of Old não precisa se repetir. Mas a prevenção começa agora.


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Fontes: BBC, Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido (NCSC), Kaspersky, ESET, NordPass

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