“IA não pensa” — e é exatamente por isso que ela pode ser útil.

Quem já assistiu minhas palestras ou participou dos workshops da Flexa sabe que repito isso há mais de dois anos: a inteligência artificial não pensa. E o primeiro passo para construir algo realmente útil no mundo corporativo é abandonar essa ilusão.

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Apple — The Illusion of Thinking — jogou luz sobre um ponto central: modelos avançados de linguagem (LLMs), mesmo os mais sofisticados, como Claude 3.7, DeepSeek-R1 e OpenAI o1, não “pensam” de verdade.

Esses modelos foram testados em ambientes controlados com puzzles clássicos como Torre de Hanoi, Checkers Jumping, River Crossing e Blocks World. O objetivo era entender como eles “raciocinam” frente a tarefas de complexidade crescente — e não apenas medir se acertam o resultado final.

E o que descobriram?

  • Tarefas simples: Modelos sem “pensamento” (sem Chain-of-Thought) resolvem mais rápido e com mais precisão. Surpreendente, não?
  • Tarefas de média complexidade: Os modelos com pensamento estruturado passam a levar vantagem. Até aí, tudo bem.
  • Tarefas complexas: Todos falham. Mesmo os mais robustos. E falham não por falta de tempo ou tokens. Simplesmente reduzem o esforço de raciocínio quando a tarefa fica mais difícil. Isso desafia qualquer expectativa.

Essa conclusão é poderosa: o que estamos chamando de “raciocínio” nesses modelos é, na verdade, uma simulação frágil de padrões conhecidos.

E por que isso importa para os negócios?

Porque ainda vejo empresas apostando em soluções “pensantes” que consomem recursos, prometem generalização e entregam pouco. Na Flexa Cloud , aprendemos que os melhores resultados vêm de outro caminho: usar IA para o que ela faz bem — identificar padrões, automatizar fluxos e reduzir atrito em problemas bem definidos.

Aplicações reais e que funcionam não exigem que a IA “pense”. Exigem que ela entregue resultado previsível e escalável. É isso que fizemos em projetos para varejo, saúde, finanças, agronegócio e indústria — sempre com foco em impacto, não em mágica.

Se você ainda espera que a IA raciocine como um humano, está esperando o impossível. Mas se entende o que ela é — e o que não é — pode desbloquear um novo nível de produtividade no seu negócio.

A pergunta certa não é: “O que a IA pensa?” É: “O que ela resolve com velocidade, escala e confiabilidade?”

Abaixo a foto de um Slide que uso na minha palestra desde que iniciei a ministrar palestras e Workshops de IA. Agora até a Apple já descobriu.

E você, já superou a ilusão de que a IA pensa?

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