A ilusão da IA como solução em si
Nunca se falou tanto sobre Inteligência Artificial. Novos modelos, novas plataformas, novas promessas surgem a cada semana. Ainda assim, dentro das empresas, cresce uma frustração silenciosa: muita IA, pouco impacto real.
Isso acontece porque a maioria das iniciativas começa pelo lugar errado. Começa pela tecnologia. Pela ferramenta. Pelo “vamos testar”. Mas a IA, por si só, não resolve nada. Ela só cria valor quando endereça problemas concretos de negócio — aqueles que afetam diretamente custo, receita, eficiência e risco.
Onde a dor realmente mora
Os problemas que a IA pode transformar não vivem na TI. Eles vivem nas áreas de negócio. É o comercial lidando com ciclos de venda longos. É a operação convivendo com ineficiência diária. É o financeiro enxergando desperdícios antes de virarem prejuízo.
Como costumo dizer em minhas palestras: “Só quem carrega o balde sabe o peso de cada gota d’água.”
Sem ouvir quem carrega o balde, qualquer iniciativa de IA corre o risco de virar apenas mais um experimento bonito no slide e irrelevante no resultado.
O CFO como líder da criação de valor com IA
Nesse cenário, o papel do CFO muda profundamente. Ele deixa de ser apenas o guardião do orçamento e passa a ser o orquestrador da geração de valor.
É o CFO quem conecta IA a ROI (Retorno sobre Investimento). Quem prioriza problemas com impacto financeiro real. Quem exige métricas claras antes, durante e depois.
Sem essa liderança, a IA vira custo operacional. Com ela, a IA se torna alavanca estratégica.
O novo CIO: menos silo, mais negócio
O CIO continua sendo essencial — talvez mais do que nunca. Mas o papel evolui. O CIO da era da IA precisa transitar entre áreas, entender processos, participar das decisões estratégicas e traduzir dores de negócio em soluções tecnológicas viáveis.
Menos foco em ferramenta. Mais foco em resultado. Menos projetos isolados. Mais co-criação com negócio e finanças.
Como a Flexa tem resolvido esse desafio na prática
Na Flexa Cloud , aprendemos cedo que IA sem problema bem definido não gera valor. Por isso, nossa abordagem nunca começa no modelo.
Começa com perguntas difíceis:
- Onde está o maior desperdício financeiro?
- Qual processo consome mais tempo humano sem gerar valor?
- Qual decisão errada custa mais caro para a empresa?
Trabalhamos lado a lado com áreas de negócio e CFOs para mapear dores reais, priorizar oportunidades e só então desenhar soluções de IA. O CIO entra como parceiro estratégico desde o início, garantindo governança, escala e sustentabilidade.
O resultado não são “projetos de IA”, mas ganhos mensuráveis: redução de custos, aumento de produtividade, decisões mais rápidas e melhor uso do capital.
Conclusão
A verdadeira revolução da IA não será liderada pela TI sozinha. Ela será liderada pelo negócio, com o CFO no centro e o CIO como parceiro estratégico.
No fim do dia, a IA só faz sentido quando resolve um problema real. E só quem carrega o balde sabe exatamente onde a água está vazando.